domingo, junho 08, 2008

O jornalista do futuro: O homem ou a Internet? (Teorias da Comunicação)

Muito se tem especulado sobre o impacto da internet na sociedade e em particular no mundo da comunicação social.
A internet é a tecnologia mais recente da actual era e através da sua exploração podemos aceder a um mundo que não conhecemos mas que virtualmente passa a fazer parte da nossa cultura. São variadas as funcionalidades ao dispor de quem recorre a este serviço permitindo assim uma actualização constante da realidade e uma troca de informação mais rápida e eficaz.
Para os jornalistas a introdução da internet veio facultar, num primeiro momento, o seu trabalho pois possibilitou-lhes um maior rigor e precisão na execução das suas tarefas. Se antigamente para obter notícias de outros países, contactar com as fontes ou actualizar informação era necessário telefonar, escrever uma carta ou dirigir-se ao local, hoje em dia basta enviar um e-mail, entrar numa conversação ou aceder a uma página, tudo isto comodamente e em poucos minutos. Porém no cenário actual o próprio jornalista é posto, de certa forma, em causa pois como afirma Lasica (1997) “a internet tem o potencial de reformular os fundamentos do jornalismo”. As opiniões sobre o fim da função de gatekeeper do jornalista não são unânimes sendo que Hélder Bastos (2000) afirma que “o jornalismo terá todas as condições para ser reinventado em vez de, como proclamam alguns, ser gradualmente eliminado” e contrariamente Jim Hall (2001) atesta que “a partir do momento em que os leitores se tornam os seus próprios contadores de histórias, o papel do gatekeeper passa, em grande parte, para eles”. Este último autor acrescenta ainda, “Os papéis que o jornalista atribuiu a si mesmo em meados do século dezanove (…) como gatekeeper (…) e filtro noticioso estão todos em risco quando as suas fontes primárias se tornam acessíveis às audiências”. Emerge pois a pertinente pergunta, será o jornalista substituído pela internet num futuro próximo? Passará o jornalista de difusor de informação a um mero vaivém por onde a informação circula? Estas são perguntas sem resposta definida mas que se começam a esclarecer com a opinião de peritos como Elias Gonçalves (2000) que assegura que “o jornalismo e os jornalistas não vão desaparecer. Como fornecedores de significado e contexto entre todo o ruído, eles podem tornar-se mais essenciais do que nunca. Eles terão novas funções, tais como facilitar boas conversações on-line, organizar arquivos, agregar e reformular informação recolhida através de muitas fontes”. A esperança de é que o jornalista se torne mediador da informação que o humano não dispõe de tempo nem formação suficiente para interpretar.
Se depender dos entendidos o jornalismo não terá os seus dias contados e surgem até opiniões bastante positivas centralizadas na importância que os comunicadores detêm e continuaram a deter, segundo Juan Antonio Giner (Cit. in PÉREZ, 1997) ”Os meios são como os restaurantes: a diferença entre eles não radica na decoração nem sequer no serviço, mas sim nos cozinheiros”, Marcia Perencin Tondato (1997) corrobora, “Espera-se que, como num supermercado, a origem da informação, a marca, seja um parâmetro no qual o usuário poderia confiar ao seleccionar as suas consultas”.
Num mundo onde a tecnologia se adianta ao próprio homem e chega até a substituí-lo, deparamo-nos com a evolução e adaptação dos média a este avassalador fenómeno chamado mundo virtual, a internet. Encaramos uma disputa de lugares, quem será pois o jornalista do futuro? Resistirá o homem? Sobrepor-se-á a internet? São perguntas que ficam no ar e para as quais a resposta nem na internet se encontra.